segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Amor em gotas...


Amor em gotas

As gotas prateadas que do céu vertem, me chamam.
Num gesto desmedido concedo meu corpo à chuva.
Ela me concede asas...
Declina por minha face resvalando meu corpo
e como um fluído invisível me penetra,
lavando minha alma embriagada de sentimentos.
Uma ternura indefinível devolve-me o momento em que te vi.
Através de teus olhos trouxeste-me um anjo,
que me falou por tua voz.
O céu fala pelo rumor da chuva.
Compreendi, então, a sensação de voar.
Momento eterno...
Minha alma extasiada pela melodia da chuva,
alada, desatada do corpo que responde
agora ao frescor das gotas, te encontra.
Deleita-se com teus beijos, acalenta-se em teu abraço.
O amor da alma prevalece sobre o desejo do corpo.
E quem não o compreende o chama de ilusão...
Se deixasses nessa hora falar o meu olhar...
se ouvisses o murmúrio do meu coração,
entenderias a persistência de cada gota
ao percorrer o extenso caminho,
até que beije a grama.
Não terias medo do universo em teu coração.
Quase nem palavras me restam,
para mostrar o que há em mim.
Com que versos descrever esse amor,
que vem de uma linguagem tão distante daqui ?!
Como ilustrar que quem te amou foi meu coração ?!
Como a chuva que nasce silenciosamente
no ventre da nuvem,nasceste comigo.
Eras um sonho,
um segredo que hoje fez com que meu coração,
recanto pequeno demais para abrigá-lo,
compartilhasse com os céus.
Agora és o anúncio que meus olhos espalham...
Como a chuva prenuncia as dádivas da vida.
O estalar dos pingos explodindo no chão
mistura-se as batidas do meu coração, que solitário,
toma todo o som como saudade.
Não sei se o céu está chorando,
ou se meu amor se purificando e libertando...

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