O sol esconde-se do dia e a noite figura.
Há pegadas pela praia, apenas nítidas pegadas.
São minhas essas marcas deixadas na areia fina,
são o carimbo de uma identidade enterrada
na exaustão da profundidade.
Dirijo-me para o espelho da água e uma feição
aproxima-se cada vez mais.
Alguém me olha e não sou eu.
Observo o corpo preso entre paredes nubladas
de mar que espelham uma imagem.
É assim que sou?
Uma interposição do aparente com o real?
Um corpo embalado pelas ondas que o separam da essência?
Não sei o que sou, apenas o que sinto.
Sou apenas uma sombra de cabelos ao vento
consumindo a suave brisa da tarde?
Uns olhos cor de nada que tudo murmuram.
Sou aquilo que sou e não o que terei que ser.
Sou o que se sente e jamais o que se vê.
E como poderei ser sendo e nunca sentindo?
O que somos afinal? Onde esta o teu eu?
E o meu?
Esta na água cristalina que nos lambe os pés.
São as algas marinhas.
È a espuma que dissolve os desejos encobertos…
Somente sei que não quero.
Não quero ser apenas mais um "eu",
mais uma vaga para o egoísmo…
Destaque do mês de Abril
é minha amiga do coração Timel
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