quinta-feira, 25 de março de 2010

Lágrimas ocultas

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Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...

E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!

E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...

E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!

Florbela Espanca



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Um comentário:

fofurinhas disse...

Oi, linda, tudo bem? Venho oferecer o selinho de Páscoa, que está na sala Presentes para Você. Aproveito para desejar que sua Páscoa seja muito abençoada. Beijos.