terça-feira, 8 de julho de 2008

A casa do tempo perdido...

RAIN
Bati no portão do tempo perdido,
ninguém atendeu.
Bati segunda vez e mais outra e mais outra.
Resposta nenhuma.
A casa do tempo perdido
está coberta de hera pela metade;
a outra metade são cinzas.
Casa onde não mora ninguém,
e eu batendo e chamando pela dor
de chamar e não ser escutado.
Simplesmente bater.
O eco devolve minha ânsia de
entreabrir esses paços gelados.
A noite e o dia se confundem no esperar,
no bater e bater.
O tempo perdido certamente não existe.
É o casarão vazio e condenado.
Photobucket
Carlos Drummond de Andrade

2 comentários:

o¤° SORRISO °¤o disse...

Oi Lurdeskida. Fico feliz que tenha me visitado e gostado do meu cantinho.
O seu blog é um luxo. Os textos, poemas... Adorei!
E o nome é lindo: pedaços de mim.

Ótima quarta para você.

Beijos mil1 :-)

Daniel disse...

LoudesKida

Seleccionar a poesia do Drummond de Andrade és opção de peso, Adorei reler.
Daniel